segunda-feira, 19 de junho de 2006

lembrete...

Texto de Simão Tannous*

Bom!!! Resolvi escrever este texto por que o povo do Brasil me surpreende muito. A atual copa do mundo me lembra muito da de 1998. Um treinador ridículo, jogadores instáveis e jogos ruins, mas “eficientes”. Por fim a velha baixa-estima do brasileiro acabou atacando o atacante Ronaldo que por fim não agüentou toda a pressão.

No entanto, para nós que não temos o que comemorar (um pequeno lembrete: somos um dos piores países do mundo em educação, alto desemprego, a violência nos assusta e é ate bom não começar a falar de corrupção) era um absurdo ver a nossa imbatível seleção (mito criado e sustentado por nossa imprensa, que “inocentemente” tenta nos alegrar) perder para a França (afinal tomamos dois gols de cabeça, e Junior Baiano e Aldair eram confiáveis jogadores). Por fim criou-se o mito de que a copa foi vendida, era impossível nós com aquele timão (Bebeto em fim de carreira, Denílson no seu eterno individualismo e nossos laterais inúteis) perder para a França. Gostaria só de comentar que um ano depois a mesma seleção foi campeã européia de futebol. Ufa!!! Haja dinheiro para comprar tantas competições.

Cheguemos a copa de 2006. O mesmo técnico (afinal de contas a única diferença entre Parreira e Zagalo é que um esta mais perto do túmulo), jogadores inúteis (imaginar que Zé Roberto foi o melhor em um jogo do Brasil me incomoda muito) e a velha baixa-estima que arrasa o estômago de Ronaldo. Então vem o meu amigo Diego e me fala que em uma rua que está faltando água os moradores gastaram cento e cinqüenta reais para enfeitar aquela logradouro. É por dignidade, pela seleção, o país merece. Incomoda-me isto tudo. Gostaria de ver o mesmo esforço sendo gasto com o pedido de melhorias, na critica contra o mensalão e na ânsia de melhora do nosso povo. Porém a imbatível seleção continua jogando mal e as justificativas são claras: “uma copa é da Nike a outra é da Adidas.

E assim a nossa única, e infelizmente, conformista alegria não nos preenche mais, o belo futebol brasileiro esta sendo comprado. Mas, levando em conta esta visão mercadológica, no mais belo modo de ser brasileiro: “a vida é assim, não podemos fazer nada”. E os outros, espertos como nós, que sempre levamos vantagens em tudo, arranjaram um modo de nos derrubar. Nossos jogadores continuam sendo unanimidade e jogando muito, assim como vencemos, e somos exemplo, na educação, saúde, ética, política, entre outros aspectos. E assim, a nossa alta-estima não se abala com nada, e alegria de ser brasileiro contagia o mundo.

* Simão é professor de história e amigo do Seis Elefantes!

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